sábado, 16 de janeiro de 2016

A Natureza dos Gêneros

Em tempos passados, quando vivíamos diretamente com a natureza, tecíamos os fios dos sonhos, quando a Flor da Lua se apresentava.
Ouvíamos dizer, que a lua desceu a terra ofertando nutrientes e vida ao solo mãe.
As Anciãs, reuniam as mais novas em tendas, e enquanto a lua descia, a menina Jovem e mulher podia estar entre as irmãs, descansando, tomando forças, e sabedorias, enquanto o velho morria, o novo podia revelar-se com consciência, na presença, dos cantos, dos resos, das danças, do fogo, da cantação de histórias da origem da vida.
Dessa forma a palavra ganhava movimento e as próximas gerações teriam garantido e guardado as sabedorias das Avós.
Conhecer o próprio corpo que se movimenta tal qual as estações do ano, e comportam-se como cada fase da lua, é tomar o poder de saber quem é e dar início a Jornada da Alma, onde o tempo e ritmo interno, guia a desacelerar, sincronizar, harmonizar e sintonizar com o movimento essencial da natureza.
São passos, os quais podemos dedicar um tempo a cada dia, semana, mês, para aprender de forma sentida, sobre cada uma dessas ações.
Esta é uma velha forma de trazer para a vida o estado meditativo, onde os conhecimentos e sabedorias da grande árvore encontram-se sempre disponíveis.
Quando olhamos ao Ciclo em movimento, percebemos que a segunda metade do ciclo, da ovulação à menstruação é como o outono e inverno.Enquanto, a energia de outono e inverno, é de desapego.
O fruto cai do pé, as folhas caem das árvores, é hora da colheita depois declínio onde parte da frutificação madura, inspira novos olhares e a outra parte, entrega-se ao chão, rendendo-se a processo de desintegração, unificação a terra.A morte e o renascimento, dando propriedades de cura, força, vitalidade para que do solo a vida, se faça novamente, assim se dá o ciclo de vida-morte-vida.
O útero da Terra Mãe, reune a energia vital e com seu poder criativo renova a vida infinitamente.
Em sua evolução orgânica e instintiva a vida está em sua forma primária recebendo os raios do sol, as águas das chuvas, os ventos e intempéries necessárias para que floresça exuberantemente.
Isso é o que está acontecendo no útero do ser mulher, o óvulo é liberado do ovário, totalmente disponível a ser fecundado pelo espermatozoide e unos, dão origem a vida.
Quanta inteligencia universal está contido nas informações do fecundar, conceber, gestar e dar a luz, toda a anatomia em sua perfeição dão forma ao milagre da existência.
Quando o óvulo desabrocha, ao não ser fecundado, desfolheado, envelhece, morre, e como as folhas que caem no outono, o sangue vivo da vida se entrega do solo ventre feminino.
As últimas semanas do ciclo tudo que pede olhar é guiado a visão da mulher para que ela possa se conhecer melhor, desapegar do que não serve mais, liberar com a menstruação o que pede por deixar ir e recomeçar renovada nas primeiras semanas do ciclo … E depois... Liberar novamente.
 Ser capaz de compreender o ciclo que acontece conosco todos os meses e perceber como está conectado com os ciclos da lua durante seus 28 dias é fantástico!
Nascimento, crescimento, colheita, declínio, morte, renascimento … e assim por diante!
Apenas em velocidades diferentes em diferentes situações da vida.
Sim podemos viver esse recolhimento, seja enquanto  místicas e sábias das alquimias da natureza, na Lua Nova ou Sábias da Maternidade na Lua Cheia, viver o crescimento da Vida e limpeza das ervas daninhas na Lua Crescente, Honrando a Roda da Vida, seguimos confiantes a rendição e renuncia, onde a verdadeira face é olhada frete a frente, na Lua Minguante.
Conforme a Lua em que ovulamos e a Lua em que o sangue de nossa lua vem a terra, segundo as avós guardamos uma sabedoria, e ainda aquelas de nós que experienciam a mudança cíclica de luas, onde a ovulação e menstruação mudam de período, são consideradas as Mulheres que Mudam, geram transformação onde passam através da presença.
Pelas luas, bem se sabe dizem as avós, quando se está gestando menino ou menina, de 36 a 42 semanas nasce o bebe, bem ao certo pedem para que cuidemos a lua em nasce a primeira criança, e se tiver nascido perto da lua nova, o próximo será menina e se tiver nascido perto da lua cheia, o próximo é menino.
Para o movimento uterino iniciar existem chás que ajudam, de forma que o parto não seja induzido pela Medicina convencional, pois dizem as Avós, que precisamos caminhar, cantar, respirar e orar, convidar a força da serpente, do Puma e do Condor, para dar a Lua empoderadamente.
Isso somente é possível, com movimentos livres, onde a respiração esteja alinhada ao máximo prazer e toda a dor seja naturalmente transformada.
O tempo de um parto entre Irmãs, chegava a 72 horas,e o Ciclo era claro, sete mais dois, nove.
A confiança da mulher  tecido em fios de união e amizade com as outras irmãs, evocava essa força selvagem e instintiva e leva a velha, sábia de cada uma de nós se revelar e partejar e maternar através
de nossa essência selvagem.
O animal que existe em nós, é que visceralmente emerge de nossas entranhas e uiva e urra a lua, permitindo que os sentidos tornem-se límpidos e claros da tomada de decisão entre filho/filha mãe, nessa conversa que vai se ajustando e cada qual sabe o que precisa para dar a luz, para nascer.
Essa comunicação instintiva, torna-se mais simples, na medida em que essa comunicação com o próprio instintivo é saudável, faz parte da vida. É  tocado, e é autorizado expressar-se, de forma natural.Segundo Yung, aprender a dominar o animal em nosso interior é uma das tarefas da aprendizagem da Infância, e saber dominar o animal do outro é uma das tarefas que precisamos aprender, enquanto adultos.

Quanto as Relações:

Essa é a nossa primeira experiência, de sucesso, exito ou esforço e sofrimentos, e todas as outras relações que se derem em nossas vidas, são espelhos dessa verdade ou mentira pessoal.
Assim como as estações e luas inspiram o feminino internamente em uma mulher, em um homem, o feminino se expressa.
Ao conhecer-se segundo os ciclos naturais da vida, a mulher conhece o masculino interno também, sabe-se que um feminino para se tornar total e pleno precisa acordar o masculino em seu interior e educar o ego de seu homem.Enquanto um Homem precisa acordar o feminino, escutá-lo se relacionar e permitir expressá-lo, precisa aprender a ser generoso com o coração de sua Mulher.
Ao conhecer a si mesmo, empodera-se enquanto homem e quanto mulher, poderão aprender algo, que fala de um passo a mais na Roda da Vida, que fala do tornar-se consciente da sua Jornada da Alma.
Essa Jornada fala do seu caminho existencial, que transcende a matéria, e fala ao espírito.
Uma aprendizagem de viver a cura espiritual, purificando a crença na morte, e o empoderando na crença da Vida, colocando o corpo físico, no momento presente em primeiro lugar.
O espírito respira, escuta, fala, saboreia, sente os aromas, através do corpo físico, assim este é o templo perfeito manifesto do amor do criador, presente ofertado a criatura.
Sejamos homens ou mulheres somos herança da fonte sagrada da vida.
Um Casal empoderado e curado em sua senilidade, crenças na Morte, podem em sua dança de amor integro, fecundarem um novo mundo, em uma nova terra.
Enquanto humanos, somos pequenos, enquanto divinos somos grandes, a nós é ofertado a possibilidade de exercer essa inteireza aqui, trazendo as coisas do céu para a terra, somos os meios pelos quais o que é sagrado toma forma e movimento, pontes da vida.
Criar a Intimidade com os potenciais e as limitações, as doença e a saúde de nosso ser, enquanto corpo, mente, emoções e espírito é reconhecer quem somos.
Ao reconhecer tudo que nos contem e o que contemos, a família espiritual e a família terrena, ganham ordem, lugar e pertencimento.
Podemos então, reconhecer e ocupar nosso lugar, isso é o empoderamento de quem traz o céu para a terra.
Naturalmente passamos a conhecer as leis universais e sua ordem natural, a mesma que mantem em órbita os planetas.Conhecemos o equilíbrio entre o ofertar e o receber, a precedência, a  ordem, hierarquia e pertencimento.
Nesse caminhar passa a testemunhar como se dão as relações quanto a ajuda, o que é ajuda, qual a ajuda que coopera com a vida, e qual a ajuda que leva para a morte.
Proponho um novo olhar, onde o ser humano seja fruto  da união de sua evolução orgânica,interação social e da arte do encontro, onde o toque e o contato, tecem os vínculos, um caminho por onde a vida e o amor podem fluir.
 Essa convergência, sugere que nosso amadurecimento se dá organicamente, socialmente e afetivamente para que o cognitivo se estruture, desenvolva, amadureça e desperte a consciência.
O desenvolvimento humano enquanto ser integral, cuja a natureza do feminino e masculino estejam integrados, internamente, viabilizam a evolução orgânica, social e emocional ao alinhamento das sensibilidades, sensitividades e conhecimento.
Inspirando os instintos a amadurecerem, e os sentidos  livres para criar em beleza e harmonia, despertam a consciência humana, evoluindo enquanto pontes da Vida, unindo as sabedorias do céu e da terra, o sagrado a prática diária da vida.
Aquele que fecunda ocupa seu lugar, honrando aquela que concebe  e esta que concebe reconhece seu lugar e valor nessa ordem e hierarquia.Sem discussão de sexos, e sim a construção dos alicerces da sociedade.
Esse simples reconhecimento evidencia a posse do que é de cada ser em sua individualidade, conferindo o poder de ação consciente, consigo, com o outro, em suas relações com os reinos da terra e do céu, honrando suas relações,somando socialmente  suas diferenças e diversidades.














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