sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Destinos e Conjuntos de Crenças: Como prosseguir além?





Sentada avistava a grandeza das montanhas, a cada novo amanhecer pude aprender um pouco sobre a linguagem da natureza. Enquanto força masculina me alinho a cada uma das estações e testemunho como se dá o espaço, o tempo e o ritmo, como comunicam-se em sincronia.

Descansar e trabalhar, imaginar e criar, organizar e manifestar, todas ações que pedem pela escuta da energia e sua disponibilidade e necessidade de recompor-se ou ser expressa.
Para isso, é preciso ser ciente do lugar que se ocupa na vida, e essa é uma das leis que ofertam a oportunidade e o exito de manifestar nossos sonhos.

Em anos passados, fui aprendendo sobre o acreditar em mim mesma, reconhecendo os sinais da natureza fui desenvolvendo a capacidade de escuta intuitiva.
Olhava o poder que a lua exercia sobre as marés, neste tempo morava perto do oceano, e foi olhando para as marés em meu interior em cada fase da lua, que recordei das sabedorias mais antigas dos avôs que plantavam e cultivavam a terra e das avós que cozinhavam, teciam, costuravam, preparavam os remédios naturais seguindo os ciclos lunares.

Percebo que a energia feminina receptiva, criativa, nutridora ensina sobre as leis da abundancia e da manifestação, onde tomar e ofertar é uma só energia e para esse movimento natural que acompanha o sol e a lua dentro de nós, é necessário a experiencia do perdão.

Perdoar a si mesmo, ao outro e suas relações nos diferentes tempos e relações, abre espaços internos soltando antigas estruturas dos condicionamentos, crenças que mantiveram-nos em estado de "sobrevivência", por determinado período da vida, isso foi assim e necessário aos ancestrais que viverem sobre condições mínimas humanas.

Atualmente, sem saber e sem querer o condicionamento da recompensa e estimulo, faz com que muitos de nós, prosseguimos com os mesmos hábitos sem nem saber o para que, desse ou daquele comportamento que aparentemente, dizemos: Sou assim, faz parte de meu ser esse ou aquela postura diante da adversidade e diferenças, da impecabilidade e da imperfeição.

Se olharmos mais afundo, vamos identificar muitos cuja a crença de sua mentira pessoal remete a um tempo que não existe mais, fatos que não existem mais, dando continuidade a forma de ver e se expressar na vida, considerando situações não concluídas por seus antepassados no passado.

Nem todos possuem essa clareza e aqueles que de vez enquanto se dão conta de estarem respondendo a algo que na verdade, não faz parte de sua livre escolha, optam em não querer saber a solução, pois a crença é construída no entendimento de que a mesma manteve vivos as gerações e gerações.Sendo assim a mudança poderia interferir no fluxo da vida, daqueles que amam, em um amor inocente confiam que para fazerem parte de suas famílias, pertencendo a ela é preciso responder a sua cultura, ou seja a forma que todos possuem de fazer as coisas, mudar acarretaria em estar fora do script da história familiar e colocaria em risco a sua sobrevivência e a de todos.

Bert Hellinger, em seus estudos das leis e ordens da Base da Vida ou do Amor, como são conhecidas, percebeu como atuavam as lealdades familiares e a compensação diante dos destinos dos antepassados que de alguma forma precisavam equilibrar no que se refere os princípios e ou leis pelas quais se manifestam a cosciencia familiar em relação ao peso dos destinos e a má e ou a boa consciência familiar.

Leonard Orr, estudioso da respiração, das práticas de purificação e longevidade, dedicou sua vida para compreender e compartilhar a senda da felicidade, e percebeu que o ser humano teme o poder da inteligencia divina e opta muitas vezes pela ignorância. E porque? Devido a sua crença de mentira pessoal, formada em sua chegada na terra.

Esta crença, é estruturada enquanto um condicionamento de recompensa e compensação, atrelado ao fator transgeracional, aqui, podemos incluir, as lealdades e fidelidades ancestrais que Bert Hellinger estudou e revelou o caminho pelo qual a vida pode tornar-se mais viva ainda.

As vezes certas pessoas trazem consigo, destinos difíceis, é importante estar reverente a forma com que o destino se expressa, com isso, normalmente uma boa solução se expressa, e quando não, o colocar-se humilde diante do desconhecido, gera uma grande força de vida que atua em toda a consciência familiar, preservando e guiando adiante esta força de amor.

Incluir os fatos, pessoas, situações tal qual se deu, restitui o fluxo da energia da vida, abrindo espaços para que as antigas crenças sejam reveladas e ganhem liberdade para que o potencial e recursos do sistema familiar, agora, possa ser visto, aceito e reconhecido, não mais como algo que coloca em risco a vida de todos e sim,  a mudança, gera novas e boas soluções, e coloca em movimento a vida.

Atrás de um conjunto de crenças existe uma história norteadora que para muitas famílias é um eixo motriz de sobrevivência, logo transformar o que é possível e aceitar o que é, se colocando de nova forma, diante da mesma vida, oferta a si mesmo a oportunidade de mudar!

Velhos hábitos e vícios, pedem por conter e resistir ao primeiro impulso, pois nesse impulso, aparentemente incontrolável, encontramos muitos personagens envolvidos em salvar suas vidas e daqueles que amam.

A urgência atual das pessoas, que estão sempre correndo, é a projeção no mundo fora, do que se passa no mundo dentro.Seres humanos que carecem de cuidados para com sua energia masculina, compreendendo as estações, os momentos, espaços e tempos para agir e descansar sendo e a escuta da energia feminina que convida a recolher-se, tomar a força da vida e ou a ofertar.

Colocar-se receptivo aos recursos e confiante na sabedoria que nossa família dispõem para resolver exatamente os desafios que se apresentam, pede por investigar e descobrir o seu lugar no seio da família.Então resistira ao primeiro impulso.Permanecendo no Presente.
Essa é a cura de toda a ansiedade, e os transtornos que muitos são acometidos, pois no mais profundo temem a própria morte e a morte daqueles que amam.

Permanecer nesse tempo, ofertando-se paradas para o silêncio, espaço onde o encontro se dá, e a escuta nasce, educa-nos a viver no tempo enquanto arte, onde podemos criar o que nos é precioso, e usar o maior tesouro, o tempo, estando, colocando a energia de vida, onde, com quem, em que lugar, com quais pessoas em verdade assim intencionamos.

Essa autorização, do ser enquanto consciência livre dos condicionamentos, gera amor, abundancia, prosperidade, propósito e liberdade.

Permite-nos realizar bonitas coisas, com a justa medida do que nos foi ofertado, respeitando os destinos e servindo ao nosso próprio destino, gerando tudo ou mais do que necessitamos.

Autonomia , regulação emocional e auto-responsabilidade traduzem esse gesto e este,
 honra a vida.

Colocar as bençãos a caminho,é  a própria gratidão e amor pela história familiar.

Essa atitude, oportuniza o quantum de energia e vibração em consciência, para despedir-se da atuação da alma familiar, pois está encontra a paz, convida-nos a viver a integração de suas forças, enquanto vida.

O despertar da fé na fonte, reverentes a origem, comungando enquanto sábio e aprendiz, mestre e discípulo de si mesmo.Aqueles que assim o fazem, poderão dizer:

Sou todos eles.E todos vocês são todos os seus.
Somos todos iguais e além, somos o um.
Em verdade, nesse espaço de paz transcendemos o "eu" e acessamos um outro amor, de ordem mais abrangente e incondicional.

Sahwenya Passuello