terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Esboço Biográfico Bert Hellinger


Esboço Biográfico de Bert Hellinger:

Bert Hellinger nasceu em 1925.

No panorama europeu é provavelmente um dos psicoterapeutas mais desafiantes e um dos autores mais lidos no âmbito da psicoterapia.

Antigo padre e missionário junto dos Zulus na África do Sul, foi educador, psicanalista, terapeuta corporal, terapeuta em dinâmica de grupos, terapeuta familiar – toda uma experiência de vida e sabedoria que se transmitem ao seu trabalho.

As constelações familiares, que se tornaram a marca da sua abordagem, e as suas observações acerca dos emaranhamentos sistémicos e a forma de os solucionar, tocaram a vida de milhares de pessoas e modificaram o modo como muitos profissionais da relação de ajuda conduzem o seu trabalho.

Bert Hellinger escreveu mais de 64 livros, traduzidos em mais de 25 línguas. O seu trabalho está documentado em numerosos CDs e DVDs.

Bert Hellinger afirma que os seus pais e a sua infância foram a principal influência no seu trabalho actual. A particular forma de fé praticada no seio da sua família terá imunizado os seus membros para não acreditarem nas ideias distorcidas do nacional-socialismo. Devido às repetidas ausências de Bert Hellinger às reuniões da “juventude hitleriana” e à sua participação numa organização ilegal de jovens católicos, terá sido classificado pela Gestapo como “suspeito de ser inimigo do povo”. Quis o destino que Bert Hellinger viesse a escapar da Gestapo, ao ter sido mobilizado. Com apenas 17 anos de idade tornou-se soldado, vivenciou as realidades do combate militar, da prisão, da derrota e da vida num campo de prisoneiros de guerra dos aliados, na Bélgica.

A segunda maior influência foi certamente o seu desejo de infância de se tornar padre. Com 20 anos de idade entrou numa ordem religiosa católica e iniciou o longo processo de purificação do corpo, da mente e do espírito, em regime de silêncio, estudo, contemplação e meditação. Foi para a África do Sul, onde permaneceu por 16 anos, como missionário junto do povo Zulu – uma experiência que teve um profundo efeito no seu trabalho ulterior. Neste país foi, em simultâneo, director de uma grande escola, professor e pároco. Com o tempo foi-se sentindo em casa entre os Zulus, tanto quanto a um Europeu isso é possível. O processo de abandono de uma cultura para viver noutra moldou a sua consciência acerca da relatividade de muitos valores culturais.

A participação de Hellinger numa formação inter-racial e ecuménica sobre dinâmica de grupos, conduzida por clérigos anglicanos, constitui-se como uma experiência de extrema influência. Teve a oportunidade de contactar com uma forma de trabalhar com grupos que valorizava o diálogo, a fenomenologia e a experiência humana individual. A sua decisão de deixar a ordem religiosa após 25 anos surgiu da compreensão de que ser padre tinha deixado de ser a expressão mais apropriada ao seu crescimento interior.

A psicanálise e a psicoterapia foram as grandes influências que se seguiram. Várias escolas terapêuticas deixaram uma marca na sua forma de trabalhar, somando-se à orientação fenomenológica/ dialógica da dinâmica de grupos aprendida dos anglicanos, à compreensão da necessidade fundamental dos seres humanos de se alinharem com as forças da natureza, que havia aprendido com os Zulus na África do Sul, à psicanálise que aprendeu em Viena e ao trabalho corporal aprendido na América.

Fez formação em terapia familiar com Ruth McClendon e Leslie Kadis, teve a oportunidade de trabalhar com Milton H. Erickson e outros. Para quem está familiarizado com os diversos tipos de psicoterapia, reconhecerá em todo este processo uma integração singular de diversos elementos. Na junção de abordagens poderosas, da psicoterapia e de outros paradigmas, criou uma abordagem curativa eficaz e única. Aprendeu ferramentas específicas de uma grande variedade de fontes, mas a força dominante no seu trabalho advém da sua apurada competência para escutar a autoridade da nossa própria alma. Segundo Hellinger, esta não é uma “técnica” garantida, mas é a única e verdadeira protecção que temos contra a sedução por uma falsa autoridade. Ver aquilo que é, em oposição a uma aceitação cega daquilo que se diz – não interessa por quem – é o fulcro do trabalho, frequentemente difícil, de curar indivíduos e comunidades, é o fulcro da vida de trabalho de Bert Hellinger.

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